Quando o Programa Cultura Viva foi lançado em 2005, o Ministério da Cultura (MinC) selecionou 272 organizações culturais de todo o Brasil no primeiro edital para reconhecer e financiar os Pontos de Cultura. Cerca de 45 dessas entidades eram do estado de São Paulo.

Devido a ser o estado mais populoso, com maior poder econômico e um dos principais pólos da produção cultural do país, São Paulo foi escolhido para sediar a primeira TEIA. Em 2006, a TEIA teve como tema gerador “Venha Ver e Ser Visto”, com foco na Cultura e Economia Solidária, e foi realizada no prédio da Bienal de São Paulo, um ícone da chamada “arte consagrada” no Parque do Ibirapuera.

O fato deste primeiro encontro nacional da rede ter acontecido em um espaço historicamente dedicado às artes eruditas foi extremamente simbólico. O evento reuniu centenas de agentes culturais dos Pontos de Cultura e dos núcleos de economia solidária em uma grade polifônica de expressões e linguagens da Cultura Viva.

A quebra das narrativas tradicionais foi uma das principais características deste evento da Cultura Viva, onde a partilha do sensível se mostrou uma estratégia fundamental para dar voz e visibilidade aos agentes culturais antes invisíveis.

No ano seguinte, em 2007, ocorreu o 1° Encontro Regional dos Pontos de Cultura de São Paulo na cidade de Mogi das Cruzes, preparatório para o lançamento da 2ª TEIA Nacional, que ocorreu em Belo Horizonte. Nesse encontro nacional, ocorreu o primeiro Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, onde foi decidida a representação da rede nacional pela Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, eleita neste fórum.

 A delegação de São Paulo na 2ª TEIA Nacional, realizada em Belo Horizonte, não indicou seu representante para a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, entendendo que essa decisão deveria ocorrer em um Fórum estadual. Em abril de 2008, ocorreu o primeiro encontro do Fórum Paulista dos Pontos de Cultura em Diadema, realizado em parceria com a Secretaria de Cultura municipal.

No referido encontro, a Rede Paulista formou sua Comissão Estadual que selecionou o representante estadual para a Comissão Nacional, resultando no estabelecimento de um convênio entre o MinC e a Secretaria de Cultura do estado para a formação de uma rede estadual, o que ocorreu novamente em 2009.

O governo federal investiu 33 milhões de reais e o governo estadual investiu 12 milhões de reais, totalizando um investimento de 55 milhões de reais, para a seleção de 300 Pontos de Cultura.

A Rede dos Pontos de Cultura solicitou ao MinC a realização da primeira TEIA Paulista, sendo que até então nenhum estado havia realizado TEIAS estaduais. A partir desse processo, a Rede Paulista, em parceria com o MinC e prefeituras, iniciou uma inovação ao realizar TEIAS Regionais como atividades preparatórias para a construção e realização da 1ª TEIA Estadual SP. Essa iniciativa proporcionou um maior intercâmbio e articulação em rede entre os mais de 180 Pontos de Cultura do estado reconhecidos pelo Ministério na época. O objetivo era promover uma maior integração entre os Pontos de Cultura e fortalecer a rede.

Durante esse período, foram realizadas seis TEIAS Regionais em diferentes cidades e regiões administrativas, sendo elas:

– Macro Campinas, realizada em Indaiatuba;

– Região Metropolitana de São Paulo, realizada em Mogi das Cruzes;

– Vale do Ribeira e Litoral Sul, realizada em Cananéia;

– Vale do Paraíba Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, realizada em Lagoinha;

– Interior Profundo, realizada em Santa Fé do Sul.

No final de 2009, foi realizada a primeira TEIA Estadual “Tá na rede é Ponto” e o 2º Fórum Paulista de Pontos de Cultura na cidade de Guarulhos. O evento, promovido pela Comissão Paulista dos Pontos de Cultura em parceria com o MinC e a Secretaria Municipal de Cultura, teve como objetivo aproximar e estimular a troca de experiências entre os mais de 400 Pontos de Cultura do Estado.

Entre 2010 e 2012, ocorreram diversos encontros de formação e Fóruns regionais em São Paulo. Esses eventos foram realizados como preparação para a 2ª TEIA Estadual, que teve como tema gerador “Cultura Sempre VIVA” e ocorreu na capital. Durante a TEIA, foi realizado o 3º Fórum Paulista, onde ficou decidido que a Comissão não seria mais o modelo de representação e organização da rede estadual. Em busca de um processo mais participativo, foi instituído o Fórum Permanente dos Pontos de Cultura do Estado de São Paulo e seus Fóruns Regionais nas 17 regiões administrativas do estado.

O Fórum Permanente dos Pontos de Cultura, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, está inovando novamente dez anos depois, com a criação e realização da Teia SP Digital.